Quanto menos 'amadurados' nós estamos mais monocromáticos enxergamos
o amor. Ele vem pela primeira vez na brandura da nossa meninice, na ‘graceza’
da nossa inocência e acreditamos ali depositar tudo o que é possível sentir.
"O amor é para sempre, se não for, nunca foi
amor", repetia fervorosamente.
Aquele nariz petulante e arrebitado de menina metida a sabida
estava completamente enganado.
Ainda bem!
'...Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez', sábio
Raul.
Amar em linha reta é uma tremenda desventura...
Sorte de quem ama do avesso, de ponta cabeça.
Felicidade de quem pode amar em loop.
Propício é amar gente torta.
Coragem é amar alguém que não caiba nos seus sonhos. Cazuza
tinha razão, como são tristes os covardes.
Sorte de quem ama defeitos, ama a si e depois o outro, ou
dois juntos e mais do que dois ao mesmo tempo.
Feliz daquele que nasceu amor e virou poesia ou nasceu
poesia (como disse Manoel) e virou desamor, porque deixar de amar também é
forma de amor.
E cada amor representa uma cor, do claro ao escuro, do frio
ao quente e a gente vai sendo, de repente, um colorido cheio de gente.
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