sexta-feira, 28 de agosto de 2015

É tão bonito de lá, tem cor de Marte



Não sei, não faz muito sentido.
Acho que é culpa dessa minha mania de sentir atrasado por querer adiar minhas dores.
A gente se desencontrou e eu não sei bem onde começou a minha procura e acabou a dele.
Eu não faço a mínima ideia do que fazer com esse frio na barriga que anda me dando. E eu nem sei porque que isso tá me acontecendo de novo.
Mas ele tem uma risada engraçada, uma certa desconfiança no olhar, uma tristeza crônica bonita e uma mania irirtante de se autosabotar.
Ele grita pro mundo que é ruim, mas vive melhorando meu dia. Não, meu dia não, a minha noite.
Tem uns tons de cinza bonitos, tanto no olhar como no sorriso, mas ainda tem um jeito de menino.
Acho que eu queria ele por aqui pra eu conseguir descobrir se sou eu que guardo uma paixão pela tristeza ou se foi ele que me roubou alguma cor. 

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Buscamos sempre um lugar para habitar, passamos a vida a procurar o nosso lugar. Mas talvez nos encontrarmos não tenha nada a ver com espaços ou lugares, nos encontramos tem a ver com amor. E o amor não tem necessariamente que ser entre você e outra pessoa. O seu lugar pode não ser palpável e o seu amor um ser inanimado abstrato. Você saberá quando encontrar.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Brilho eterno de uma mente cheia de lembranças...

Esquecer é uma utopia.
Por mais dolorosa que seja uma memória, ela nunca poderá ser apagada.
Se forçar a esquecer não faz sentido, perderíamos parte de vida, da nossa e da outra vida que um dia esteve em nós.
Tentar esquecer alguém é abrir mão da sensação de ter conhecido alguém incrível, é abrir mão do coração palpitando, do caos que foi criado, das dores que foram causadas, é anular todas as qualidades que nos fez suspirar, anular a existência de outro ser que habita dentro de nós.
Conhecer alguém é algo irreversível. Não fosse isso seríamos seres plenamente infelizes, "inconplexos", inabitáveis e irritantemente seguros.
Deixar que o outro nos habite não é uma escolha. Qualquer mínimo contato deixa marcas e apagá-las seria a maior idiotice.
Talvez em algum momento seja necessário encaixotar, tirar da vista pra dar o tempo necessário para a dor ir embora, por que ela é a única que vai passar, todo o resto fica marcado dentro de nós e é isso que nos torna sempre mais especiais.
Afinal "Somos resultado dos livros que lemos, das viagens que fazemos e das pessoas que amamos".

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Faísca

A gente sabe quando uma faísca vai virar um incêndio inteiro, a gente sempre sabe.
A gente sabe quando o incêndio inteiro vai destruir tudo, a gente sempre sabe.
E a gente sabe que a faísca é o coração bater por alguém que não pode saber que há faísca.
O nome daquela borboleta que voa por dentro do estomago e se multiplica quando pensa nas possibilidades impossíveis disso ser possível, se chama Faísca também. A Faísca vai ter que ficar lá dentro do meu estômago até morrer sufocada.
Sem oxigênio nada continua, tudo morre. Só não sei porque o meu coração continua nessa palpitação teimosa, mesmo depois de ter cortado todas as formas de alimentar essa loucura.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Quero te fazer um pedido...

Quero te fazer um pedido, mas vou fazê-lo por escrito para que assim as palavras me ajudem a organizar os meus sentimentos sempre tão confusos.
Peço com o coração apertado e doído e o corpo trêmulo que não me olhe nos olhos se eu não for a menina dos teus olhos.
Que não me segure à mão se para você já não seja mais necessário certificar-se que estou aqui.
Não sorria, por favor, se esse já não for mais aquele sorriso que vi pela primeira vez e que eu tinha absoluta certeza ser o motivo.
Vá embora, se a minha ausência já não for mais notada, vá embora se já não tiver mais vontade de me tomar nos braços e me levantar tão alto me dando a sensação de tocar o céu.
Me deixe sozinha agora se for me presentear com uma ausência por dia, e uma lágrima por noite.
Não quero receber meio amor, meio sorriso, meia presença.
Eu preciso me doar inteira, ou não me doar nada.
Eu preciso ter você comigo, ou ter você longe de mim.
Preciso de abraços inteiros, afagos inteiros.
E se enquanto estiver lendo tudo isso sentir que algumas dessas coisas já aconteceram, é hora de ir, já não sou mais sua menina.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Ele foi doce... e é uma das minhas cores preferidas

Ele diz: "você sempre se vira". Eu me sinto uma fortaleza e penso em todos os muros que construi.
Ele quer me fazer caber em seu colo, e eu não preciso de proteção.
Ele me chama de morena e diz que eu tenho um sorriso lindo, eu sorrio desviando o olhar e ele dá aquela risada gostosa de quando me deixa sem graça.
Ele é moreno do cabelo enroladinho e tem o sorriso mais doce que já conheci.
Ele me deu 116 Gb de música, mas eu só ouço Gonzaguinha, e é sempre pra matar a saudade estrangulada que fico quando a gente não se vê.
O cheiro dele deveria ser engarrafado, a cosquinha que ele faz deveria ser fabricada.
Ele me queria pra ele, mas eu sou minha e não me dou.
Ele foi embora acreditando que futuro significa amor, e eu bati o pé dizendo que amor só é amor.



quarta-feira, 5 de novembro de 2014

O Amor é tipo cor...

 
 
Quanto menos 'amadurados' nós estamos mais monocromáticos enxergamos o amor. Ele vem pela primeira vez na brandura da nossa meninice, na ‘graceza’ da nossa inocência e acreditamos ali depositar tudo o que é possível sentir.
"O amor é para sempre, se não for, nunca foi amor", repetia fervorosamente.
Aquele nariz petulante e arrebitado de menina metida a sabida estava completamente enganado.
Ainda bem!
'...Ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez', sábio Raul.
Amar em linha reta é uma tremenda desventura...
Sorte de quem ama do avesso, de ponta cabeça.
Felicidade de quem pode amar em loop.
Propício é amar gente torta.
Coragem é amar alguém que não caiba nos seus sonhos. Cazuza tinha razão, como são tristes os covardes.
Sorte de quem ama defeitos, ama a si e depois o outro, ou dois juntos e mais do que dois ao mesmo tempo.
Feliz daquele que nasceu amor e virou poesia ou nasceu poesia (como disse Manoel) e virou desamor, porque deixar de amar também é forma de amor.
E cada amor representa uma cor, do claro ao escuro, do frio ao quente e a gente vai sendo, de repente, um colorido cheio de gente.