terça-feira, 16 de setembro de 2014


Mas se ele não aprendeu com a lição, tudo bem. Eu aprendi, aprendi que devo continuar sendo como sou, careta e fechada.
Depois de tudo isso eu só tive a certeza de que não é qualquer paixão que merece meu coração vulneravelmente escancarado.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014



Já faz tanto tempo que a gente se despediu, que nem me lembro do surto que me levou embora.
Não me lembro do seu tom de voz ao falar comigo e nem do seu toque.
Eu amei de novo, e a cada amor eu me lembrei do nosso amor fracassado, a cada felicidade eu me lembrei do quanto a gente não se fazia feliz e a cada dor eu me lembrei da sua displicência na pior parte da minha vida.
Pensei, tantas vezes, como era bom ter ido embora e não ter que carregar o peso da nossa frustração.
Me lembrei todos os dias que te esqueci, e agradeci todas as noites por ter deixado de te amar.
Até eu te encontrar... e meu corpo estremecer me fazendo acreditar que nenhum desses anos tivesse passado. Até o beijo que mirei na sua boca, ter obrigatoriamente que acertar o seu rosto e me doer tanto.
Faz quase uma década, e toda vez que eu te vejo eu tenho vontade de sussurrar no seu ouvido: "Ainda te amo, moço".
Nós nunca tivemos muita coisa incomum, eu com meus sentimentos aflorados e você com todos os seus sentidos retraídos. Foram mais conturbações do que felicidades e isso faz de você a parte mais ilógica da minha vida exata. Mas acontece, que seu aniversário ainda faz parte das minhas senhas, eu ainda guardo as nossas fotos, e me desespero ao saber de qualquer desventura que você esteja passando, sei qual o curso de pós-graduação você fez e sei, principalmente, a data que vai se casar.
E hoje eu desejo, depositando ao universo toda a minha sorte, te encontrar na fila do supermercado, com o tempo livre pra te convidar pra um café e te contar de todas as vezes que pensei em você, te perguntar de uma vez por todas o que você queria me dizer aquele dia. Dizer que eu te esperei todas as noites desde que a gente se foi. Que eu esperei você vir dizendo que a gente já estava pronto, que a gente já tinha amadurecido. Te convencer que ela não é a mulher da sua vida e que você devia largar tudo agora e vir, pra gente dividir, definitivamente, tudo isso que borbulha meu peito a cada vez que você diz: "Oi, moça". Queria te contar que lamento por ter acertado na previsão que fiz pra nós e que torço para que a sua previsão esteja certa pra nos encontrarmos depois de viver tudo o que precisamos viver.
Mas te digo, pela segunda vez: “Não demora”.
 
A espera detesta, esperar é perda de vida.
A espera é dor inevitável, no mínimo, quando você espera a alegria de retorno satisfatório será mansa, mas na verdade a decepção é quase certa.
Quando você espera, o mundo para, e as horas vão passando destemidamente devagar.
Ouve-se a respiração, sente-se o bater da agonia no peito, e cada piscada de olho te mostra mais covarde.
Quando você espera, anula todas as possibilidades de pulso, de sentido e tato.
Você espera e fica injustamente invisível.
Você espera, o momento pausa, silencia, 'entonteia' e cansa.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014



" Natural que eu esteja aqui, conto os meus calos sem expor os meus cortes. " (P.V)